sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Ode aos livros que não posso comprar

Hoje, fiz uma lista de livros,
e não tenho dinheiro para os poder comprar.

É ridículo chorar falta de dinheiro
para comprar livros,
quando a tantos ele falta para não morrerem de fome.

Mas também é certo que eu vivo ainda pior
do que a minha vida difícil,
para comprar alguns livros
-- sem eles, também eu morreria de fome,
porque o excesso de dificuldades na vida,
a conta, afinal certa, de traições e portas que se fecham,
os lamentos que ouço, os jornais que leio,
tudo isso eu tenho de ligar a mim profundamente,
através de quanto sentiram, ou sós, ou mal-acompanhados,
alguns outros que, se lhe falasse,
destruiriam sem piedade, às vezes só com o rosto,
quanta humanidade eu vou pacientemente juntando,
para que se não perca nas curvas da vida,
onde é tão fácil perdê-la de vista, se a curva é mais rápida.
Não posso nem sei esquecer-me de que se morre de fome,
nem de que, em breve, se morrerá de uma fome maior,
do tamanho das esperanças que ofereço ao apagar-me,
ao atribuir-me um sentido, uma ausência de mim,
capaz de permitir a unidade que uma presença destrói.

Por isso, preciso de comprar alguns livros,
uns que ninguém lê, outros que eu próprio mal lerei,
para, quando se me fechar uma porta, abrir um deles,
folheá-lo pensativo, arrumá-lo como inútil,
e sair de casa, contando os tostões que me restam,
a ver se chegam para o carro eléctrico,
até outra porta.

40 Anos de Servidão, Jorge de Sena

Para a Susana




Parabéns, lá lá lá (já te cantamos duas vezes na aula)
E já te escrevi uma carta muito gira que até fala de coesão e coerência textual.
E já vais com sorte, não é toda a gente que tem dedicatórias escritas por um futuro prémio... Camões (para já ficamos por aqui...).
Mas como sou uma pessoa excepcional e fixe (como diriam os nossos índios), ainda te deixo uma imagem (era uma animação, mas não fica a mexer-se...) que está qualquer coisa. bjs

7.º D da Boa Nova

a nossa querida turma do 7.º D já tem um blog! Dinamizado por nós, meros professores estagiários não remunerados. tudo é escolhido por eles, nós só gerimos e ajudamos a manter o decoro... vão a:

Carnaval



Há anos que para mim Carnaval significa Veneza. Ainda mais este ano, depois de ter dado a descrição de Veneza aos miúdos (Cavaleiro da Dinamarca) e de os ter posto a escrever páginas de diário imaginadas, a partir de uma pesquisa na internet e em folhetos turísticos e após um plano de viagem registado numa agenda. E aumenta aquele gostinho amargo de ainda não lá ter ido, pelo menos fisicamente...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

a conta mistério...

quem adivinhar o que significa ASTI recebe um prémio!

uma gargalhada...

mais uma pérola...

"só me apeteceu esbofeteá-la com o estojo..."

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

terça-feira, fevereiro 14, 2006

vão a:

http://www.t2comvaranda.blogspot.com/

a sério, e vejam a versão primeira de "hung up", agora cantada por Madonna. está demais!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

professores e nós nas notícias...

"Olhar o futuro com pessimismo

Ainda são estagiários, mas como planeiam fazer do ensino o futuro, Susana Duarte e Tiago Aires recebem esta medida com desagrado. Para Susana Duarte, alargar a validade dos concursos «não vai resolver os problemas dos professores». «Quem ficar colocado longe de casa tem que aguentar os três ou quatro anos, porque se desistir perde o lugar». Um problema grave, numa altura em que as colocações já não chegam para todos.
Tiago Aires considera que a medida «é uma faca de dois gumes». «Pode ser benéfica para as escolas e para os professores», mas «quando um professor estiver num sítio onde não quer, acaba por não dar o seu melhor, o que é prejudicial para os alunos».
Métodos de colocação que fazem os futuros professores olhar para o futuro com «pessimismo»".
in: Professores: alargar concurso é prolongar ausências
2005/12/13, Portugal Diário, IOL, por: Marta Sofia Ferreira e Sara Marques

o mar entra pela janela (relação intertextual?????) ;)

"E, às vezes, de súbito, uma gaivota atravessa, sem o quebrar, o vidro dos espelhos”

Sophia de Mello Breyner Andresen, Histórias da Terra e do Mar (p.71)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

numa aula de 12.º ano...

o mar vasto ao vento
os marineiros num lenho leve
- é duvidoso este tempo,
não havendo quem o teve.

pónei

na estação de s. bento, à espera do comboio. doente. o dia seguinte a uma aula terrível. na véspera da apresentação de um trabalho de seminário.

e só me apetece entrar no comboio e ler sophia. ou quem sabe escrever alguma coisa com interesse...