Sem Explicação
Ainda que dê várias moradas
É no teu corpo que me podem encontrar.
Explicação dos teus dois lagos
Sobre esses lagos nada direi.
Neles não me afogo
Nem mergulho.
Talvez apenas os dedos toquem a superfície
E percam o ser, satisfeitos.
Mas desses lagos azuis não falo.
Não é azul de medo, são claros
A luz reflecte-se e brilha
Como janelas viradas a nascente
Tapadas com cortinas interiores
Não se vê, não mergulho.
Mas num momento inesperado
A visão abre-se até ao fim
E são os próprios lagos que mergulham em mim.
4 comentários:
que bonito....Lembrou-me de uma música, se encontrar envio-te por e-mail
ABÇ
hum, ouvi a música antes de ver o teu comentário. não estava a perceber o porquê desta me particular. agora sim. gostei.
bjs
presumo que sejam teus (sim, a etiqueta não engana). o dístico é realmente sem explicação!, por simplesmente dizer o óbvio de um modo tão aparentemente fácil de dizer.
o quiasmo do segundo também me cativaram (a rima ajudou, mas foi sobretudo a ideia do mergulho).
parabéns, rapaz, por tanta clarividência!
sim, «meusíssimos»... os últimos, de há meio ano para cá. a clarividência foi-se, entretanto (de férias ou assim, pode ser que volte).
abraço
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