Puer Natus Est Nobis
Dos contos de fadas da
minha infância, este da Divina
Criança era dos mais extraordinários. Não
faltaram os exóticos magos guiados
pela mística estrela, a noite gelada, os
mansos animais, o desvalido ermo, a pobreza
transformada em glória. O bem
sucedido parto de uma virgem, tantos séculos
antes das pesquisas genéticas. O pior
foi quando quiseram contar o Tempo
a partir desta história. Podiam ter escolhido
outra, com um fim menos cruel. Antes
a da Cinderela ou a do Princípe Sapo, onde
todos viveram delizes para sempre. Sempre?
E o que é?
Sempre?
Sempre?
Inês Lourenço, in: Natal... Natais. Oito Séculos de Poesia sobre o Natal. Antologia de Vasco Graça Moura, Público, 2005:339.
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