quarta-feira, abril 19, 2006

candidatura e ensino

a minha candidatura foi invalidada, que loucura!
tudo porque supostamente já tenho "qualificações próprias" e por isso tinha de concorrer já certinho, com escolas e tudo. ora, como o tipo de candidato nãos e pode mudar no melhoramento de candidaturas, estou excluído!
que pena, eu que gostava tanto de dar aulas a criancinhas!;)
tenho mesmo de rever a minha vida, e não é por causa do concurso, claro. o que fazer? não sou suficientemente bom para viver da escrita (quase inexistente, neste momento) nem há hipóteses de investigação a sério... por muito que as literaturas lusófonas chamem por mim, há o jornalismo como possível escapatória, ou não...
uma coisa é certa, ser professor de português, mesmo de secundário, está fora de questão, não é o que quero fazer na minha vida futura. repetir as mesmas coisas, muitas das quais em que nem sequer acredito, usar as estratégias de sempre que nem sempre são adequadas, eficazes ou pertinentes... e depois, ter de fechar todas as portas, aliás, só se podem abrir e fechar portas sucessivamente (e nunca abrir mais do que uma), rotular tudo, encaixotar tudo em esquemas e conceitos que só podem ser aqueles, e ser-se rigoroso na interpretação de textos, não podendo deixar abertas as hipóteses dos alunos (como, se o texto literário é a construção infinita de sentidos e possibilidades?), coitados, que nem raciocinam e só têm de desenhar um círculo no V ou no F ou escolher uma resposta entre três possíveis...
e porque de facto o ensino do português é uma treta pegada (e isso vejo da minha experiência de observador de aulas e de aprendiz de alguma coisa, de vez em quando) não quero fazer parte de uma classe estupidificante como esta. claro que há excepções, mas não as conheço nem trabalham comigo.
e mesmo que quisesse ser diferente, fazer (não no ano de estágio, claro) aquilo que acho necessário fazer, não poderia: não sei fazer como elas querem, já não sei fazer à minha maneira...
é por isso que este ano a minha vida tem de tomar um rumo orientador. vou concorrer a vários colégios privados e fazer um mestrado. de preferência, gostava de ficar no colégio de minha aldeia. para fazer a experiência de efectivamente ter turmas, alunos com quem trabalhar num projecto coerente e constante, sem cortes abruptos pela constante mudança de professores, de forma sequenciada e globalizante.
e se, no final de tudo, a coisa não resultar, a experiência tem de ser ou noutro campo ou noutro país.
dói descobrir agora que por vezes os sonhos são tão estúpidos como a vida.

2 comentários:

gimane disse...

"claro que há excepções, mas não as conheço nem trabalham comigo."

ah e tal, obrigadinho! :( mas tudo o k dizes faz mt sentido...e olha sei k n ajuda em nada, mas sinto o mesmo :( ***

tulisses disse...

su, tipo, tu ainda não pertences à classe nem tens carta de professora, logo não entras no clube... quando entrares então poderei dizer que "há excepções e eu já trabalhei com uma delas". bjs