sexta-feira, agosto 28, 2009

I want to know what love is



Também eu, MC.
Adoro esta versão. E quando ouvir a versão completa do álbum...
(não há vídeo ainda, apareceu hoje na net)

«In my life there is been heartache and pain, I don't know if I can face it again»

quinta-feira, agosto 27, 2009

Desafio em Agosto


Picasso, Girl reading on beach, 1937

Que raio de mês. Preguiça, festas parvas, obras cá em casa. Muitas voltas depois do jantar. Amoras e muita fruta. Muita net e séries. E muita escrita - não a literária, mas a científica. Parece que nem sei escrever. Nota-se.
Mas O Velho e o Mar em curta apaixonou-me, e vi algumas coisas não recomendadas a menores. E apanhei sol e noites de insónia à custa de livros empolgantes, curtinhos, pois então, porque o tempo tinha de ser canalizado.

Livros:

81. A Vida Sexual das Palavras, Julían Ríos, Quetzal, 232p.****
82. Werther, Goethe, Visão, 126p.****
83. O Conde d'Abranhos seguido de A Catástrofe, Eça de Queirós, Porto Editora, 190p.****
84. Contos, Edgar Allan Poe, Jornal de Notícias, 414p.****(*)
85. Praça de Londres, Lídia Jorge, D. Quixote, 98p.****
86. As Afrodites (2 vols), Andrea de Nerciat, Périplo, 256+272p.**(*)
87. A Honra Perdida de Katharina Blum, Heinrich Boll, Visão, 96p.****
88. Haldred, Patrick Besson, Teorema, 116p.****
89. Todas as Estrelas do Mundo/O Amor Tem Tantos Nomes, Carlos Lopes Pires/Maria Rosa Colaço, Editorial Diferença, 168p.****
90. O Anjo de Timor, Sophia de Mello Breyner Andresen (com ilustrações de Graça Morais), Marco de Canaveses: Cenateca, 36p.*****

Filmes:

18. Cleópatra, de Joseph L. Mankiewicz, com Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison,...****
19. Demasiada Carne, de Jean-Marc Barr e Pascal Arwold, com Jean-Marc Barr, Rosanna Arquette, Elodie Bouchez***
20. Van Wilder, de Walter Becker, com Ryan Reynolds, Tara Reid**
21. O Velho e o Mar, de Aleksandr Petrov (curta-metragem animada)*****
22. All About Anna, de Jessica Nilson, com Gry Bay, Adrian Bouchet, Ovidie, Eillen Daly**
23. Something New, de Sanaa Hamri, com Simon Baker, Sanaa Lathan***

quarta-feira, agosto 19, 2009

Quem se lembra de Sophia?

Encontrei este sítio por puro acaso e gostei. Muita informação, bem "arranjada", útil em contexto educativo - os alunos gostam de coisas com ar informático.

Organizado por décadas, contém ainda depoimentos dos filhos, muitas fotografias, textos de estudiosos sobre a obra, sobre a intervenção cívica...

Só me pareceu um pouco lento...


Eu lembro! E faço questão de a mostrar/lembrar aos meus alunos...

terça-feira, agosto 18, 2009

Sabores

A taste it é um projecto interessante sobre o significado do Sabor. E para isso, pedem a cada um uma palavra que o defina. Bora lá preencher aquela «nuvem» e dar vida ao «coração». Além disso, tem um design engraçado.

É até oferece prémios! Confiram:
Link: http://www.yourtaste.is/



sábado, agosto 15, 2009

to build a home



Porque todos somos casas. Uns mais do que outros. Uns para uns ou outros - ou quase.

E há casas que não entram em ruínas. E jardins.

«A minha casa tem uma varanda: é dela que vejo o mundo. Eu acho que toda a gente tem uma janela, e talvez até uma varanda. Só não estou certo sobre se toda a gente tem uma casa.»

Todas as estrelas do mundo, Carlos Lopes Pires

quarta-feira, agosto 12, 2009

excertos de «O mundo não passa de mundo» - 2.ª parte

Porque o projecto está adiantado, milagrosamente, porque esteve atrasado - e muito, e antes ainda do conto mais exigente, título homónimo do conjunto todo, pausa para seleccionar pequenos momentos de alguns contos.


III. 27. Endymion

Percebes agora porque digo que hoje, ao ver esta lua extraordinária, algures na Grécia, deve estar um rapaz que dorme de olhos abertos, fitando-a e sonhando-a? E quem diz Grécia diz aqui, neste momento, em que estamos sozinhos frente a frente e o mundo pode ser só nosso, por agora, sem inveja dos deuses… Vamos juntos envelhecer mais ao longe?


III. 30. O gato a tinta-da-china

O seu autor reparou em tudo isto e achou que era um bom desenho, um entre muitos que tinha feito, guardado, vendido, ou à espera de comprador. Foi o caso deste. Cansado de tantos desenhos, de tantos traços a preto sobre o branco, não entendeu a maravilha que era aquele gato e a sua vontade de um afago. Não reparou, cheio de sono, que o gato mudava de posição, rebolando-se no espaço mínimo branco da página, quase com perigo de vida pelas margens abruptas da folha para o abismo. E ao ver-se ignorado, não tentou outras abordagens: talvez pudesse ter miado ou arranhado o papel, mas deixou-se ficar, ferido no seu orgulho de gato e tornou-se indiferente.


III. 33. História de uma viagem indecisa

A minha atenção era a mesma da do sol: brincava com os ramos das árvores, penetrando nas frinchas que elas deixavam. E eu seguia esses raios como uma escapatória para as palavras pausadas do meu interlocutor, tão diferentes de outras («O que foi?», «Caiu-me alguma coisa na cabeça vinda da árvore… ou das tuas mãos», o meu sorriso confirmou a segunda hipótese).


III. 34. A missiva inexistente de Antínoos

Não te prendas às memórias, Adriano, que tiveres de nós. Mas não te esqueças, também. Tudo em perfeita harmonia, na devida proporção. Eu recordar-te-ei enquanto o tempo permitir a memória. Afinal somos mortais, dependentes dele, sempre. Não sei o que se erguerá para mim dentro destas águas, depois de me perder nelas, mas só poderá ser o prémio de uma vida breve, mas certa, desde que me escolheste para teu lado. Oh, Adriano, eu também te escolho, escolho-te para que continues, para que continuemos juntos no resto do tempo que existe, em que será possível sermos entendidos, como agora eu mesmo nos entendo e imploro que me entendas. Não me lamentes, é de livre vontade que sigo a vontade dos deuses. E só a eles pertence a nossa vida. Somos mortais, mesmo que me deifiques, mesmo que sejas o imperador, e todos os mortais morrem, tal como os deuses parecem não escapar, também… Mesmo que dês o meu nome que te é tão querido e que murmuras nas noites de calor de Roma como se ele te matasse a sede, a uma estrela, por influência do teu avô Marulino, de uma constelação boreal, ela será variável, com um período que durará sete dias, quatro horas e catorze minutos, como se mostrasse que eu pouco mais durei que ela, mas que retorno, de cada vez que alguém pronuncia o meu nome, o nosso amor.


III. 35. O apanhador de conchas

Por fim, sentei-me na areia, em frente ao mar, como se lhe dissesse adeus. Ao longe deveriam estar os meus colegas, em tarefas de bom acolhimento, imaginei depois. Disseram-lhe por onde eu estaria, indicaram-lhe o caminho e encontrou-me. Eu estava a olhar o mar onde lavava algumas conchas que traziam algas com elas. E soube, de repente, que estava ali, por alguma razão que desconhecia. Não era promessa de que nos viria ver. Não era o seu perfume, porque o mar dominava tudo, nem os seus passos, porque o mar abafava-os e a areia não os permite iguais ao costume, nem a sua voz, porque não falou. Ou antes, quem falou primeiro fui eu, talvez querendo surpreender e provocar:

quarta-feira, agosto 05, 2009

Prémio para o Tulisses, em Rabiscos e Garatujas

Novamente a Deniblog decide dar uns miminhos ao Tulisses, desta vez em forma de prémio. Como já o havia feito. Agradeço, citando:

Tulisses - Do menino TUlinho que tem um sorriso traquina e a calma da lua no olhar. Cheio de auto-desafios, promessas cumpridas, incansáveis tentativas literárias, sólidas, convincentes, promissoras. Troca de mimos e autenticidades no texto dedicado ao seu blogue, no seu aniversário, no baobá que lhe ofereci, na valsa que com ele dancei.