segunda-feira, janeiro 29, 2007

muito bonita... "Rosa" de Rodrigo Leão



hoje o céu está mais azul
eu sinto

fecho os olhos,
mesmo assim
eu sinto o meu corpo estremecer
não consigo adormecer

Amor
nem o tempo vai chegar
pra dizer o quanto eu sinto
você longe de mim

é uma espécie de dor

hoje o céu está mais azul
eu sinto
olho à volta,
mesmo assim
eu sinto que este amor vai acabar
e a saudade vai voltar

Amor
nem o tempo vai chegar
pra dizer o quanto eu sinto
você longe de mim

é uma espécie de dor

já não sei o que esperar
dessa vida fugidia
não sei como explicar
mas é mesmo assim o Amor

“Rosa”, Rodrigo Leão: Cinema

Auto(r)fagia



Ao sentar-se diante da lareira, João reparou na beleza das labaredas. Estendeu as mãos e aqueceu-as, esfregando-as uma na outra. Depois retirou-as e ficou a contemplar as brasas e algumas chamas que ainda irrompiam do cavaco, por ele cortado no verão. Agora era frio e todos se juntavam à noite à lareira, na cozinha, para se aquecerem do frio do corpo e da alma.
João tinha ficado em casa todo o dia porque na véspera quase tinha ficado sem uma perna num acidente com o carro de bois, e a família achara por bem deixá-lo sarar-se antes de voltar a trabalhar. Não tardaria todos estariam ali, a comer e a conversar. Por fim, teria de cumprir a promessa feita aos filhos já há alguns dias: contar um conto dos antigos, mas novo: um que eles ainda conhecessem. Isso era difícil porque a avó sabia tantos e tão inumeráveis que mas ninguém conhecia - mas agora estava muito velha e já não dizia coisa com coisa. Por isso João não sabia o que contar porque tudo o que sabia tinha aprendido com a anciã.
Passando as mãos pela barba pensou que o melhor era contar uma história igual, mas com algumas alterações, como já lhe ocorrera ontem, antes do acidente (segundo ele, para ele próprio, tinha-se distraído a pensar na conto e por isso é que a roda que caíra em cima da perna). Bem vistas as coisas, alterados teriam de ser os sítios e os nomes das pessoas, ou as profissões… coisas usadas também, claro. Depois era fácil construir uma nova história.
- Ora então – murmurou, enquanto tentava escolher o conto que o inspiraria, comecemos por… No início tem de acontecer alguma coisa… assim como… bem, tenho de apresentar a pessoa: João… Grilo. Isso! Depois, ah, é pobre e os pais querem que ele case com uma mulher rica, claro… Bem, depois o costume, as jóias desaparecem, o rei oferece uma recompensa a quem descobrir as jóias… mas, para ser mais difícil, ele está fechado num quarto… Sim, assim é mais difícil para ele explicar o que aconteceu às jóias. Bom, depois… ele não quer ir, mas os pais convencem-no… tenho de inventar as razões… depois penso nisso… é que se não fica igual à história do José Rato… Então depois ele vai e não acreditam que ele possa descobrir por ser pobre. Na primeira noite ele… bem, aqui vai ser igual, mas em vez de guardas vão ser criados, simples, da cozinha ou assim… pronto, já está diferente… Quando acharem que estão descobertos os guard…, os criados, não me posso descuidar!, confessam, assim como palermas, com muito teatro, e João Grilo não os denuncia, só descobre, como se adivinhasse… Caramba, isto até está a ficar bom, melhor do que o original! Até vão dar pulos de alegria… Bem, agora, ele pode casar com a princesa e pronto, acaba… Sim… Ah, sim tudo se passa num reino distante há muito tempo atrás, claro…
E assim, enquanto não chegava a família, enquanto chegavam, conversavam e comiam, João pensava em pormenores que criassem uma história diferente e nunca antes ouvida, mas que fosse aceite pelos filhos e talvez fosse contada aos seus netos e às pessoas da aldeia. Quando todos se calaram, já reunidos à volta da lareira, João soube que era a altura do conto. As crianças não lho pediram, rogaram-lho com os olhos, quase cruelmente, como se duvidassem de que fosse possível o que o pai lhes prometera. João pigarreou para aclarar a voz e começou.
Enquanto ia contando a atenção ia sendo atraída para si que, de costas voltadas para o lume, adquiria um contorno esbatido, ocultando-lhe as expressões involuntárias da face que exprimia, por vezes, dúvida ou atrapalhação, o que nunca se reflectiu na sua voz. Mas os miúdos eram já peritos nestas histórias e não lhes escapou que era uma distorção do José Rato e as perguntas desarmaram-no:
- Oh pai, isso parece a história do José Rato! Porque é que esse se chama João Grilo?
- Sim, e porque casou com a princesa assim sem mais nem menos?
João corou, mas ninguém notou, já que estava perto da lareira que lhe ruborizava as faces, ainda obscurecidas pela sua sombra e pela falta de luz na cozinha.
- Ah… - começou, sem saber como avançar, mas de repente surgiram ideias vindas não sabe de onde e disse: - Bem, há quem diga que ele não chegou a casar com a princesa, porque ela tinha nojo dele. Ele teve pena dela e então pediu ao rei muito dinheiro e foi-se embora… mas… - e aqui a atenção já estava outra vez captada e foi-se adensando, porque nunca tinham ouvido nada assim – ao sair, o rei perguntou-lhe o que tinha na sua mão, e que se adivinhasse lhe daria mais ouro e terras. O João, atrapalhado, só disse «Ai Grilo, Grilo, em que mãos estás metido!» e o rei «Adivinhaste! Adivinhaste!», e deu-lhe mais dinheiro e daí vem o nome… Não querendo abusar da sorte, foi-se mesmo embora, para junto dos pais.
Os miúdos ficaram meio duvidosos, mas era uma história diferente, e o ambiente e a voz do pai dissiparam as dúvidas, ajudados já pelo sono. Todos se recolheram e João ficou e João ficou sozinho na cozinha, observando o lume, achando graça ao facto de nunca ter reparado que as chamas são azuis no fundo, só depois ficam amarelas e laranjas. Sorriu-se, satisfeito por cumprir a sua palavra. De repente, quando o sono parecia começar a dominá-lo, uma língua de fogo elevou-se da lenha e disse:
- Hoje criaste uma nova história nova, renunciando aos avisos. Ela há-de circular por muitas terras, há-de ser contada por muitos anos, todos a ouvirão, com algumas diferenças, como é natural. Quanto a ti, e porque estas histórias nunca têm autor, não terás outro fim se não este.
E perante o olhar assombrado de João, línguas de fogo saíram da lareira e circundaram-no e lamberam o seu poder criativo de Homem.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

André Sardet

Irrita-me profundamente o sucesso actual do André Sardet. Não que eu não goste do moço, nada disso, e antes ele que Floribella, D’ZRT e coisas assim… A verdade é que eu já fui fã dele, quando cantava «Perto, mais perto» do peculiar álbum Agitar antes de usar, na altura em que quase ninguém lhe ligava nenhuma… Seis platinas por um disco em que nem sequer está no seu melhor, enquanto voz: sim, ele canta um bocadinho melhor no estúdio… Está provado cientificamente que os portugueses gostam das músicas que menos qualidade literária têm. As duas músicas mais badaladas de André Sardet, neste momento (e em quase toda a carreira, excepção feita a «Perto, Mais Perto» e «O Azul do Céu»), tem defeitos de escrita, ou antes, alguns pontos fracos… Curiosamente é o refrão, tanto num como noutro exemplo, que deixa a desejar uma construção de um sentido viável.

«Foi Feitiço»:

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
Para gostar tanto assim
De alguém como tu

Bem, a única coisa a apontar é a estranheza a roçar a loucura que o acto de amar determinada pessoa provoca no enunciador. Tudo bem, foi feitiço, e não há muito a fazer, o problema é: será o interlocutor um monstro tão grande para ele estranhar «gostar tanto assim/De alguém como tu», ou será ele um totó que nunca pensou enamorar-se de uma pessoa extraordinária?

«Quando eu te falei de amor»:

Quando eu te falei de amor
Tu sorriste para mim
E o mundo ficou bem melhor
Quando eu te falei de amor
Nós sentimos os dois
Que o amanhã vem depois
E não no fim

Bom, está bem… o amanhã vem mesmo depois do que e de quem? No fim de quê? Parece-me que andaram foi a “snifar” qualquer coisa e já andam a sentir muita coisa do foro de alucinatório… Ou talvez haja alguma coisa demasiado melosa por detrás destes versos que pragmaticamente não consigo descortinar.

Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)

O Nome Lírico

Esta manhã
hoje
é um nome.

Nem mesmo amanheceu
nem o sol
a evoca.

Uma palavra
palavra só
a ergue.

Como um nome
amanhece
clareia.

Não do sol
mas de quem
a nomeia.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

colecções

Não tenho trabalho, é certo. E não ganho dinheiro (ainda gasto o dos meus pais naquelas viagens fantásticas para Lisboa). No entanto, as feiras de livros na altura de Natal ainda me renderam mais alguns livros, no Natal ganhei uns euritos, e agora surgiu uma série de “fascículos”, cujas primeiras entregas são baratas e por isso se devem aproveitar. Desde os clássicos da Literatura Portuguesa da RBA (primeiro volume: €1.95 – Mistérios de Lisboa de Camilo Castelo Branco) até aos dvd’s de jazz da Planeta de Agostini (1-Louis Armstrong, 2-Diana Krall live in Paris a €9.95). Já estão comprados! Segue-se a colecção de romances históricos à la Código Da Vinci que são uma oferta (exacto, grátis) da Revista Sábado! Mas há para outros gostos: as bonecas de porcelana das heroínas dos romances mais importantes, curso de desenho e pintura, dvd’s do Tom Saywer, perfumes… E sempre gostei destas colecções: óptimas oportunidades de adquirir produtos interessantes a preços mais reduzidos. Pena que depois o preço triplique e aquelas colecções que gostávamos mesmo de fazer ficam para trás…

TLEBS


Segundo palavras na lista de rodapé do Jornal Nacional da TVI corre na internet uma petição contra a implementação das “novas regras da Língua Portuguesa”. 4.000 assinaturas já levam a questão à Assembleia da República. Não sabia que havia novas regras, que a língua estava assim a mudar tanto… Ou será que se referiam à TLEBS? É que se é isso, não são bem novas regras, são “apenas” novas designações ou formas de conhecimento. Algumas até são bastante bonitas e funcionam muito bem enquanto conceitos operatórios, embora não funcionem tão bem em contexto educativo.

Muito se tem escrito sobre a TLEBS e este texto não trará grandes novidades. Alguns defendem-na com unhas e dentes (como Maria Helena Mira Mateus e Inês Duarte, o que tem lógica, porque são partes intervenientes no documento) ou criticam-na, (Helena Carvalhão Buesco, Vasco Graça Moura, Maria Alzira Seixo e até o gato fedorento Ricardo Araújo Pereira – embora de uma forma cómica e caricatural, mas que não deixa de ser válida e interessante).

A TLEBS não pode ser apenas um conjunto mais ou menos operatório de conceitos de uma ciência, a Linguística, ainda que de língua falemos. Interessa ensinar a Língua e não Linguística. E o que interessa «transmitir a uma criança uma determinada metalinguagem, se ela ainda não domina a funcionalidade dos termos que integram a linguagem que usa todos os dias?» (G. Pinto, Saber Viver a Linguagem, p.35). O problema começa com a inadequação ao público-alvo: não são os professores (por muito que custe a alguns, lá acabam por se actualizar quando é mesmo necessário e obrigatório e percebem os novos conceitos) mas sim os alunos, que não desde os seis aos dezoito – com todas as mudanças que ocorrem entre uma altura e outra, sem haver propriamente uma distinção concreta de que «termos» terão os alunos de decorar em cada ano. Porque será decorar, já que algumas das novas designações não têm uma relação muito óbvia, para o que designam, para os alunos, que poderão ser questionados sobre elas em exame nacional! Ou talvez não, mas mais vale precaver…

A verdade é que o documento está em experimentação, irá ser reformulado, mas também está dominado por uma teoria específica da ciência da Linguística, exceptuando o que a Literatura, a Filosofia ou a Lógica poderiam ter como contributos para a questão. Poderá ser benéfica para os alunos, para a qualificação educativa? Ensinará os alunos a manipular a sua língua na sua componente oral e escrita, no seu funcionamento e na sua dimensão estética e lúdica? É óbvio que um documento desta natureza é necessário para actualizar e uniformizar algumas questões, mas o trabalho está no início e começou torto. Mais uma vez serão professores e alunos as cobaias de uma experiência mal conduzida.

Só por curiosidade, num manual do 7.º ano são apontados como «Conhecimento Explícito da Língua» a explorar os seguintes termos, entre outros: coerência e coesão, modificadores, complemento preposicional e adverbial, nome epiceno, sobrecomum, comum de dois (quando eles ainda têm dúvidas sobre nomes comuns, concretos e abstractos)… Nada de muito complicado para os professores, mas quanto aos alunos, que nessa altura ainda dizem coisas como «quem é o espaço?» ou «pomar é um conjunto de mares», já será menos certo… Uma boa dose de bom-senso, muito investimento e sensibilidade terão de estar na atitude do professor de Língua Portuguesa e Português, para que não se torne num potencial professor de Linguística.
Textos dos autores referidos:

Buesco, Helena Carvalhão, «TLEBS E DISCUSSÕES», Jornal Público, 29 de Novembro de 2006
Mateus, Maria Helena Mira, «Terminologias: a Nova e a Antiga», Jornal Público, 29 de Novembro de 2006
Marques, C.; Silva, I.; Ferreira, P.; Silva, F., Oficina da Língua 7, Porto, Edições Asa, 2006
Pereira, Ricardo Araújo, «Metam os epicenos no advérbio disjunto», Revista Visão, 15 de Novembro de 2006
Seixo, Maria Alzira, «A Nova Terminologia Linguística», Revista Visão, 28 de Outubro de 2006
adenda: http://ciberduvidas.sapo.pt/controversias/311006_8.html (e outras páginas que descobri agora, com uma série de textos interessantes para a discussão).

terça-feira, janeiro 09, 2007

Magnífico Caos

Um dos meus projectos este ano é escrever um conto todas as semanas, sem falhar. como tal, já escrevi dois. O primeiro é «Casa dos corações partidos», este é o segundo, e gosto muito dele. do outro também, mas não vou publicá-lo aqui, para já... como não vou publicá-los todos... enfim, depois gostava de alguma reacção... ou não...
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Gostei muito do livro, tinhas razão, vale mesmo a pena. Parece que tem tantas páginas que até se tem pena que acabem depois. Mas o livro tinha uma coisa a mais. Olhou para mim, de só movendo a cabeça, como que receando que essa coisa fosse algo comprometedor. O que era? Oh, era areia, mais nada, está sossegado. Ah, pois! Eu li o livro quando estava de férias na praia, em Setembro há uns anos atrás. Hum… E já na altura gostei imenso dele, andava sempre com ele, depois, com outras obrigações nunca mais lhe peguei… Mas também não lhe irias tirar a areia… Pois, provavelmente não, gosto de guardar coisas nos livros, tipo recordações dos sítios e dos tempos em que os li: papéis dos chocolates que comi ao ler alguma passagem mais quente, pétalas de rosas quando lia passagens românticas, areia quando lia na praia, folhas quando lia no jardim, cartas, poemas, escritos que escrevi a propósito de alguma coisa lida, às vezes até no próprio livro, nas margens… Enquanto ele falava olhava à minha volta, com emoção da possibilidade de encontrar um tesouro no meio de todos aqueles livros e descobrir muito mais da vida dele do que alguma vez me diria…Mas o que não quer dizer sequer que tenham essa lógica, pode estar tudo baralhado… Como assim? Sei lá, olha, uma carta que está neste livro posso tê-la recebido e lido quando estava a ler outro livro, mas esse podia estar à mão e calhou ir para lá… se calhar não guardo as coisas, perco-as… Bem, o conhecimento não seria tão profundo, mas ainda assim possível. Então, um pouco a medo e só para ver no que dava, pedi mais três livros emprestados. Quando cheguei a casa o coração descompassado centrou-se nas muitas páginas dos romances. No primeiro havia um fio azul de linha, no segundo um marcador de livros, no terceiro nada, no quarto alguns rabiscos incompreensíveis e uma folha de plátano seca. Nada mais. Para não dar demasiado nas vistas, esperei uma semana até os devolver. Quando entrei na sala dele tive a sensação de ser o centro da atenção dos livros, como se me estivessem a ler, já que eu agora recusava lê-los, a não ser o que as mãos dele tivessem escrito neles. A tentação de devassar aquele tesouro desordenado e caótico era maior que a minha prudência e não resisti a abrir uns quantos enquanto ele preparava um chá. Encontrei algumas coisas que não li no momento, preferi guardá-las na minha capa, com a firme intenção de devolver logo que as tivesse lido. Sim, amanhã já estariam nos seus sítios, ou mais ou menos, porque ao olhar para a estante fiquei sem saber de onde as tinha tirado. O chá foi rápido e corri, sem trazer mais livro nenhum, nada. O tesouro devassado, uma mínima parte jazia em cima da minha cama e não tive coragem de o possuir. Nessa mesma noite voltei e consegui deixar tudo no meio de livros que fingia interessarem-me muitíssimo. Até que um deles tinha uma fotografia de uma mulher bonita, com um vestido perto decotado, com uma cabeleira ruiva encaracolada, e no verso estava escrito um nome e um beijo. Foi como que um baque súbito e forte. Com uns ciúmes doidos, propus-lhe organizar a sua biblioteca toda, retirar as coisas perdidas e guardá-las numa caixa e talvez confrontá-lo. Recusou, como seria de esperar. Mas isso assim não tem utilidade nenhuma, quando procurares uma coisa nunca a encontrarás! Elas acabam sempre por aparecer. Mas tu emprestas livros a toda a gente, elas podem ler ou ver alguma coisa… pessoal, secreta… Não tenho segredos… Baixei os olhos, toda a gente tem segredos. E pensei em perguntar quem era aquela mulher. Que papel tinha na sua vida. Mas faltou a coragem. Se bem que ando à procura de uma foto que só pode estar num livro. Uma foto? Sim, de uma amiga, é a melhor foto dela e pediu-ma para fazer uma cópia porque perdeu a dela. Talvez fosse a verdade, não sei. Não vi nada nos livros que me emprestaste… Pois, vou então procurar, mas amanhã, queres vir ajudar-me? Aceitei, mas vinha só de tarde. À tarde, quando cheguei, era já demasiado tarde, embrenhado nos seus livros e leituras, coisas e memórias, fora engolido pelo caos.

A eternidade

Quem nunca cheirou um cravo não merece a eternidade.
Mas quem sorriu às flores sabe até o que ela é.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

coisas antigas

No Diz Que É Uma Espécie de Magazine há uma parte intitulada "Arca dos Tesourinhos Deprimentes da TV Portuguesa". Eu também tenho, mas é um caderno, e se são deprimentes ou não it's up to you.

Óscares EP – 2003

Melhor Filme – Jantar de EP sem caloiros
Melhor Actor – Tiago – O Amor Aconteceu e Ninguém Soube
Melhor Actriz – Susana – Depress: a morta viva
Melhor Actor S. – Edgar – Jantar de EP sem caloiros
Melhor Actriz S. – Ana Luísa – The Christmas Party
Melhor Realizador – Fardilha e Ana Paula Quintela – Os Chumbos do Ano
Melhor Argumento Original – Jantar de EP sem caloiros
Melhor Argumento Adaptado – Eu Sou Uma Santa (Verde)
Melhor Canção – Serenatas a Ninguém, outra vez, em Depress: a morta-viva
Melhor Banda Sonora – Jantar de EP sem caloiros
Melhor Fotografia – Il Ragazzo de Marta
Melhor Efeitos Especiais/Visuais – O Penteado do Ano (Rui)
Melhor Montagem – O Amor Aconteceu e Ninguém Soube
Melhor Montagem de Som – Cavaquinhos no Bar
Melhor Som – Joana em Tira daí as mãos
Melhor Maquilhagem – Pedro Tavares em Os Piores dentes do Mundo
Melhor Guarda-Roupa – Sameiro Araújo em Economia Psicológica
Melhor Filme Estrangeiro – Il Ragazzo de Marta
Melhor Direcção Artística – Marisona em Quinta-Feira Negra
Melhor Curta-Metragem – Os Dias Felizes da Nossa Vida
Melhor Documentário – EP em Busca dos Livros Esgotados
Melhor Filme de Animação – Cuquinha
Melhor Anúncio Comercial – Atum Cuca
Prémio Carreira – Natacha (pela sua carreira cinematográfica em EP)
Prémio Especial do Público – Susana em A Multa
Prémio Especial do Júri – Tuna Feminina em As Boazonas do Pedaço


Prémios EP

Prémio Vidas Reais – José Alves
Black Power – Marisona
Eu estou bem (mal) – Susana
Look original – Rui
Decote bombástico – Joana
Miss Estrangeira – Marta
Ciao – Diana
Faço o Curso sem aulas – Susana
Os Pacientes Intermináveis - Verde e Tiago
Este ano é que vai ser! – Ana Luísa
Há sempre Setembro (e Dezembro) – Constantina
Ponto de Encontro – Bar da FLUP
Maior Quantidade de Panfletos – Juventude Comunista
Consigo dizer isto cem vezes – Fardilha
Crentes do Ano – Tiago, Verde, Ana Luísa, Marisa
Adoro o meu instrumento – Bruna
E tudo se eclipsou – Fardilha
Aulas mais secas do ano – não atribuído devido a excesso de candidatos com muita qualidade
Eu é que visto bem e barato – Sameiro Araújo
Eu já li esse livro – Tiago
Eu tenho isso em casa – Ana Luísa
Patroa do Pedaço – Susana Alegria
Sorriso Discreto – Ana Cabral
Amiga Colorida – Ana Verde
Oh, que eu leio tão devagar – Patrícia
Vaquinha Fofinha – Patrícia
Caloira até ao Fim – Natacha
Saraivada – Sílvia
Fardilhosa – Ana Cabral
Brandão e Andrade – Lena
Mato-me ou mato-me – Susana