terça-feira, agosto 31, 2010

coisas de blog

nova mudança. agora o fundo é azul e as letras brancas, troca por troca. e um rosa de vez em quando. o mesmo cansa às vezes. escuro, agora, como eu (não, não me refiro ao bronze deste verão... ).

What we are

Depois disto, que não tem explicação cabal, a vingança. Em jeito de paródia e de colocação no lugar desses humanos que pensam que nos são donos.


quinta-feira, agosto 26, 2010

Desafio em Agosto



Em tempo de férias, em espaço familiar, multiplicaram-se as ofertas. E aproveitaram-se. Dos Livros, destaque para Arménio Vieira (84 e 85), de que já falei aqui e aqui, a propósito da poesia, e agora na prosa considero-o muito bom: Cabo Verde ao poder. Chiquinho (uma vergonha só ler agora) é bom, mas Raul Brandão (87) mesmo nuns contos menores enche-me a alma, assim como O Doente Inglês - a que se seguiu o filme, para recordar um dos que me ficaram para sempre. Justo Jorge Padrón é um poeta extraordinário e o romance de um outro poeta, Jorge de Sena, Sinais de Fogo, é, sem dúvida, a obra do mês :)

Tempo também para ver um filme por um dia. E grandes surpresas (123, 129, 144, 149), algumas confirmações (124, 126, 127, 150, 151), e tempo de curtas (140, 141, 142, 143) - de que gosto particularmente. Gostava de chamar a atenção ainda para um outro (130) que é tão mau tão mau que chega a ser bom :) é de génio e se não fosse a S. teria desistido de o ver, ou as paisagens humanas.


Livros:

81. O Doente Inglês, Michael Ondaatje, Público/Mil Folhas, 320p.*****
82. Cidade Proibida, Eduardo Pitta, Biblioteca de Verão JN/DN, 96p.***
83. O Fulaninho de Cartago, Plauto, CECH-FLUC/FESTEA, 132p.***
84. O Eleito do Sol, Arménio Vieira, Vega, 148p.*****
85. No Inferno, Arménio Vieira, Caminho, 256p.*****
86. Chiquinho, Baltasar Lopes, Vega, 212p***
87. Antologia do Conto Português – Raul Brandão, Raul Brandão, Correio da Manhã, 46p.*****
88. O Processo, F. Kafka, Revista Visão, 256p.****
89. Obra Poética 1966-1996, Justo Jorge Padrón, Tertúlia, 1002p.****
90. Sinais de Fogo, Jorge de Sena, Público/Mil Folhas, 544p.*****




Filmes:


121. The English Patient, Anthony Minghella (uma vez mais)*****
122. The Invasion, Oliver Hirschbiegel****
123. A Serious Man, Ethan e Joel Coen*****
124. The Young Victoria, Jean-Marc Valée*****
125. O Nome Das Coisas (Doc. sobre Sophia)****
126. Julie & Julia, Nora Ephron*****
127. Bright Star, Jane Campion*****
128. Hancock, Peter Berg**
129. Zombieland, Ruben Fleischer*****
130. The Pit and The Pendulum, David DeCoteau*
131. The Secret Diaries of Miss Anne Lister, James Kent***
132. There Will Be Blood, Paul Thomas Anderson**
133. Splice, Vincenzo Natali***
134. No Country For Old Man, Ethan e Joel Coen***
135. Fantastic Mr. Fox, Wes Anderson*****
136. Jackass, Jeff Tremaine*
137. Resident Evil 2: Apocalipse, Alexander Witt****
138. The Haunting in Connecticut, Peter Cornewell****
139. Love Lies Bleending, Keith Samples***
140. I'll See You In My Dreams, Miguel Ángel Vivas*****
141. Curtas Animação Oscares 2009*****
142. Curtas Animação Oscares 2010*****
143. Curtas da Pixar*****
144. District 9, Neil Blomkamp*****
145. Au Pair 3: Adventure in Paradise, Mark Griffiths**
146. Hulk 2, Louis Leterrier***
147. Two Lovers, James Gray***
148. Godsend, Nick Hamm***
149. The Hurt Locker, Kathryn Bigelow*****
150. The Blind Side, John Lee Hancock****
151. Up in the Air, Jason Reitman*****


Ainda:

Lost - vi a última temporada, muito boa, com grandes momentos. Com alguns póneis, mas faz parte. E vi em dois dias, claro, porque me é viciante. Desmond e Penny, Kate e Jack, Hugo, Sun, Juliet, Richard são personagens que me ficam. E o Jacob, claro - que perfil tão tristinho...*****

sábado, agosto 21, 2010

Away we go, de Sam Mendes

Away I'd go, se pudesse. Fuga. Mas como não posso, fisicamente, vou-me nos filmes, nos livros, no sono, na escrita adiada. Escrever é uma aprendizagem da morte, escreveu, mais ou menos, Maurice Blanchot. Mas talvez morrer não exija uma aprendizagem, só entrega. Entrego-me a este filme como a vida que não vou ter, mas talvez não me incomodasse. É um grande filme, a que já aludi aqui.

Anaquim


Ante - é logo à noite, no Teatro de Vila Real. Soa-me que será muito bom :).


Post - E foi. Genial. Todas as canções, com as exigências do «ao vivo», uns novos arranjos aqui e ali, mas todas elas irrepreensíveis. «O Meu Coração» é que acabou por ficar um pouco estranho quando José Rebola, o vocalista, «encarnou» a voz de Ana Bacalhau, embora o público muito tenha apreciado. Destaque, pessoal, para a emoção de «Bocados de Mim», o ritmo de «As Vidas dos Outros» - de que, no encore, se ensaiou uma versão reggae -, de «Monstros» e «Pobre Velho Louco», entre outras. E além de todas elas, de que podem saber mais aqui ou aqui, houve ainda tempo para Zeca Afonso - «A Morte Saiu à Rua» - e um miminho: o genérico do Tom Sawyer!
E fica também uma brincadeirinha aqui.

E tudo com três das mulheres da minha vida: maninha, priminha R. e amiga da adolescência S.


Ficam dois pedaços do «Bocados de Mim» particularmente profundos (embora falte a preposição «de» que o verbo gostar exige, mas enfim...):


«mas ando pela vida feito placa de auto estrada
que ensina o caminho aos outros mas pouco sabe de si
Mas ando pela vida por ver andar meus amigos
E confesso que por vê-los nem me custa andar ai
(...)

Finjo ser a pessoa que eu quero que os outros gostem
E acabo a não ser nada que valha a pena gostar»

quinta-feira, agosto 12, 2010

Ruy Duarte de Carvalho, 1941-2010

Conheci-o nas aulas de africanas, enquanto poeta. E depois fui descobrindo alguma da prosa (Como se o mundo não tivesse leste), vi uma adaptação para teatro de Vou lá visitar pastores, descobri-o antropólogo, cineasta, enfim. Conheci-o homem no Correntes D'Escritas. E já em Lisboa, o meu orientador queria que eu o escolhesse para estudo na minha dissertação de mestrado - acabou por ser Arlindo Barbeitos, autor da mesma geração, porque conhecia já melhor e porque a professora do Porto estava a estudar já o Ruy Duarte... Falta-me ler um lista razoável de livros seus (2011 será ano para isso e não só), alguns deles que ainda não comprei, porque não são assim tão fáceis de encontrar... ou não eram - a Cotovia e as livrarias devem tratar disso agora.


R)evolucionador da literatura angolana, é um dos melhores poetas e prosadores de língua portuguesa, sem sombra de dúvidas. Falava do sul, do sal, do sol. Falava das gentes, das falas dos lugares. Falava metatextualmente, também, das palavras, das imagens. E usava os ................................................ quando não sabia mais que dizer, ou quando não era já necessário? Do pouco que li, ainda, fica:


O verão poisa nas coisas e adormece tudo.


O sal, por toda a parte.
Então pequenos lagos se acrescentam
a partir de alguma fenda original. E são taças de mar
que dão conforto ao continente agreste.


Hábito da Terra
, União dos Escritores Angolanos, p.44 e 46



Uma nova geografia se inventava em cada olhar que eu desferia, exacto, para depois consolidar as formas à custa de um moroso entendimento. (...)

Um homem nasce pobre e pobre há-de morrer. De resto nunca sabe o que vai ser. De tudo o que viu na vida, gente boa e gente má, anos bons e anos maus, João Carlos retirou duas ou três conclusões: que um homem nem sempre está onde o corpo lhe impõe estar, e o importante na vida é como estar, não aonde. Na vida de cada um há quatro vidas ao todo: sozinho dentro de si ou perto ou longe dos seus e em contacto com os outros, da mesma forma, conforme. Para além da outra vida que há-de haver depois de morto. Onde se vive uma só sem divisões ou viagens.


Como se o mundo não tivesse leste
, União dos Escritores Angolanos, p.45 e 81

quarta-feira, agosto 04, 2010

últimos escritos

Os meus mortos são mais vivos do que eu.
A ampulheta alimenta a solidão
e não há curva que me devolva.


*


Criámos asas para que o tempo fosse menos breve
inventamos máscaras para escondermos seus caminhos no rosto
e ainda assim vem ao de leve
como a mostrar-nos novo último comum posto.


*


Que o gosto a sal na minha língua
seja o meu gosto na tua.

domingo, agosto 01, 2010

Desafio em Julho


Ah, que bom ter todo o tempo por minha conta, sem dever nada a ninguém dele, ou quase - porque as férias não foram logo em Julho, mas quase. Sem fazer quase nada do que deveria, ainda fui ao Mosteiro de Tibães com os meninos do terceiro ano, passeei por Braga e pelo Porto - mas adiei Lisboa e acabei o mês em Gaia, nas mudanças da C., com uma incursão rápida mas intensa pela Feira Medieval de Santa Maria da Feira, onde adquiri o meu belíssimo pau de chuva.
Óbvio tempo para as coisas culturais. Além do Mimarte, livros e filmes. Destaque para Rui Cardoso Martins (livros 73 e 74), um escritor recente em termos de publicação de romances e que me parece que merece toda a atenção, já que estes dois primeiros títulos são mesmo muito bons e não só pelos títulos geniais. De Jane Austen não há surpresas, bom - mesmo a versão «zombie» tem o seu interesse para quem leu o original sem eles e para quem tem mente aberta para este tipo de paródia (mas gostei mesmo das últimas páginas, onde se esboça um guia de leitura verdadeiramente hilariante). Dos outros, o esperado, o inesperado (67 e 68), o neutro por falta de expectativas. Destaque ainda para o facto de ter atingido os 80 livros, que era o meu desafio deste ano...
Quanto aos filmes, estive numa de restos... Os filmes que restavam nos dvds emprestados então, ou mesmo meus (medo), os que eram mais pequenos, os que iam surgindo na tv... Destaque para Coisa Ruim, um filme invulgar no cinema português, e muito destaque para um dos melhores filmes do ano, para mim, do mesmo realizador de Revolutionary Road, Sam Mendes: Away we Go - Um Lugar para Viver, filme que faz querer ter bebés e assim... lol (hum, quem quero enganar?).

Livros:
61. Orgulho e Preconceito e Zombies, Jane Austen e Seth Grahame-Smith, Gailivro, 360p.***
62. Sensibilidade e Bom Senso, Jane Austen, Europa-América, 236p.*****
63. Baladas Hebraicas, Else Lasker-Schuler, Assírio & Alvim, 104p.***
64. Quatro Cavaleiros a Pé, José Saramago, Padrões Culturais Editora, 48p.***
65. O Herói das Novelas, Lídia Jorge, Padrões Culturais Editora, 48p.***
66. História do Rei Gonzalve e das Suas Doze Princesas e As Memórias de Joséphine, Pierre Louys, Teorema, 100p.**
67. Laços de Família, Clarice Lispector, Relógio d’Água, 126p.***
68. Contos de Clarice Lispector, Clarice Lispector, Relógio d’Água, 368p.****
69. Carta ao Pai, Kafka, Quasi, 92p.***
70. Uma Questão de Cor, Ana Saldanha, Caminho, 104p.*****
71. A Sophia, A.A. V.V., Caminho, 148p.****
72. Melancolia, António Pinto Ribeiro, Ambar, 112p.****
73. E Se Eu Gostasse Muito de Morrer, Rui Cardoso Martins, Dom Quixote, 216p.*****
74. Deixem Passar o Homem Invisível, Rui Cardoso Martins, Dom Quixote, 240p.*****
75. Herbert West: Reanimador, H. P. Lovecraft, Quasi, 96p.***
76. Electra, Sófocles, CECH-FLUC/FESTEA, 94p.****
77. O Barco Aberto, Stephen Crane, Quasi, 96p.****
78. O Guarda da Praia, Maria Teresa Maia Gonzalez, Verbo, 148p.*****
79. Histórias do Bom Deus, Rilke, Quasi, 104p.***
80. A Canção de Zefanias Sforza, Luís Carlos Patraquim, Porto Editora, 160p.***

Filmes:
97. Slither, de James Gum***
98. Um Amor de Perdição, de Mário Barroso***
99. Final Destination 2, de James Wong***
100. Gremlins 2: The New Batch, de Joe Dante***
101. Transe, de Teresa Villaverde**
102. Cursed, de Wes Craven***
103. Underworld: Evolution, de Len Wiseman***
104. Memórias de uma Gueixa, de Rob Marshall****
105. About a Boy, de Chris Weitz e Paul Weitz****
106. A Minha Falsa Noiva, de Gil Junger***
107. Cidade Baixa, de Sérgio Machado***
108. Coisa Ruim, de Tiago Guedes e Frederico Serra*****
109. Wanted, de Timur Bekmambetov***
110. In Bruges, de Martin McDonagh*****
111. Away We Go, de Sam Mendes*****
112. Prey, de Darrell Roodt***
113. O Cavaleiro das Trevas, de Cristopher Nolan****
114. Up in Smoke, de Lou Adler***
115. London, de Hunter Richards****
116. Arthur and the Invisibles, de Luc Besson****
117. Princess Protection Program, de Allison Liddi***
118. Confetti, de Debbie Isitt***
119. Miúda Insuportável, de Nick Moore***
120. The Cave, de Bruce Hunt**