Imagine-se Veneza "que é sobre água construída". Canais, gôndolas, cantores fazendo serenatas às donzelas. Noite calma e azul.
Imagine-se uma jovem apaixonada pela "sombra da mais bela maravilha de Veneza", um fidalgo que canta às donzelas que logo se apaixonam por si.
Imagine-se uma rosa que os une. E corações que se partem e se têm nas mãos. Porque "para quem hesita, só há solidão".
Imagine-se também uma empregada fiel e esperta; um tio preconceituoso; e um colar ("A secreta luz do anismo do mar, agora rodeia o meupescoço e ilumina a minha cara e todo o meu corpo.") mandado por um pretendente mais velho.
Imagine-se um jantar com cheiro a mar, onde se bebe champanhe com rodelas de pêssego, onde surgem conversas paralelas e vários incidentes.
Imagine-se um encontro entre os dois, em que o primeiro amor sai derrotado e se salienta a sabedoria dos mais velhos.
Imagine-se Lord Byron aparecendoe dizendo um poema que expressa a solidão do ser.
Não se imagine mais. Leia-se: O Colar de Sophia de Mello Breyner Andersen, Editorial Caminho, 2001 (já que a única encenação da peça foi em 2002, pela Cornucópia, e foi absolutamente fantástica.)
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