terça-feira, dezembro 06, 2005

texto escrito durante uma aula. chamei-lhe "Monólogo"...

As rosas viviam brancas por entre as folhas e arbustos. Uma rara brisa acariciava papoilas e passarinhos voavam tranquilamente. Havia no ar um vago som de uma flauta. Erecto, o corpo do jovem baloiçava-se ao som dessa música que nostalgiava. E as suas pernas azuis claras eram o pêndulo de um relógio calmo.
De repente, o som mágico parou. O corpo estava encostado a uma árvore, pacificado, sonolento. Não se apercebeu que, por detrás da colina, de onde provinha a melodia que cessara, uma pastora, que guardava seus rebanhos, gritava de desespero, tentando fugir à futura e terrível violação. Um homem de desejos possantes agarrou-a, roçou-se nela, forçando a sua interioridade e, satisfeito, abandonou-a dobrada sobre si, arrancando cabelos e a pele do ventre, que vem agarrada às roupas rasgadas.
Debaixo da árvore, as pernas azuis ganharam agilidade e o corpo anda. Era tão belo como uma maçã polida. Caminhou pela encosta, desce ao rio. Despiu a roupa e a sua brancura marmórea molhou-se. Nada, de costas, ainda, contemplando o mundo, como se tudo estivesse certo e o mundo fosse um lugar de coisas boas.

1 comentário:

Anónimo disse...

deves pensar que sabes escrever nao?? ve la se começas a deixar-te de coesoes textuais e intertextualidades e mais sei lá o quê que isso anda-te a fazer mal... :p