Uma paixão fria endurece as minhas lágrimas.
Pesam as pedras nos meus olhos: alguém
me destroi ou me ama.
***
Pousei as minhas mãos num rosto e retirei-as feridas pelo amor.
Agora,
o esquecimento acaricia as minhas mãos.
***
Atrás da obscuridade estão os rostos que me abandonaram.
Eu vi a sua pele trabalhada por relâmpagos. Agora
já só vejo, no instante amarelo,
o esplendor das suas longínquas pálpebras.
Antonio Gamoneda, Ardem As Perdas, Quasi, p.19, 23, 49
1 comentário:
Oras, não sou muito de ler (e menos ainda de desfrutar da) poesia, mas esta aí até que me está caindo bem...
ABÇs melancólicos
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