domingo, dezembro 07, 2008

Alçada Baptista, 1927/2008

Descobrem-se assim as coisas. Estava a abrir o email e aparece a notícia. Reconheço que nunca me disse nada nem nunca li nada do senhor, mas quando escritor morre, mesmo ficando o que de mais importante escreveu (em princípio), fica sempre o lamento por aquilo que não chegou a ser escrito.
Advogado e escritor, publicou ensaios, crónicas, romances e ficção, cujas características princípiais estão as narrativas imaginárias e as memórias pessoais, o interior do Homem, o afecto, a mulher...

Obra:

Documentos Políticos (crónicas e ensaios) (1970)
Peregrinação Interior I - Reflexões sobre Deus (1971)
O Tempo das Palavras (1973)
Conversas com Marcello Caetano (1973)
Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança (1982)
Os Nós e os Laços (romance) (1985)
Catarina ou a Sabor a Maçã (1988)
Tia Suzana, Meu Amor (romance) (1989)
O Riso de Deus (romance) (1994)
A Pesca À Linha, Algumas Memórias (1998)
A Cor dos Dias (2003)

O segundo, o terceiro, o quinto e o último parecem interessantes, só pelo título. Informação recolhida aqui e aqui.

Palavras do autor:

«- Essa é uma das minhas dúvidas: um homem e uma mulher não podem viver na dialéctica e muito menos nesta pedagogia doméstica de se ensinarem como é que um quer o outro. O futuro não vai conhecer a dialéctica e o amor entre duas pessoas tem que ser o nosso ensaio de futuro, pelo menos aquele que nos é mais acessível. Amar é uma atitude de compreender e aceitar: é reconhecer os outros e respeitar a sua liberdade. Não pode ser outra coisa, se quisermos acabar com este espectáculo triste em que todos andamos metidos. Eu só aceito catástrofes naturais: os tremores de terra, as inundações, as secas, os ciclones, a morte. Não posso aceitar esta destruição domiciliária dos sentimentos e da vida pela vontade deliberada dum homem e duma mulher que é o que se anda pr'aí a viver com o nome de amor...»

de Os Nós e os Laços

5 comentários:

Milai disse...

Por favor...essas homenagens póstumas são de uma falsidade extrema.

Anónimo disse...

Ganhei Venenos de Deus, Remédios do Diabo de minha orientadora, como presente de aniversário!! Só agora comecei a ler. Estou a saborear o efeito da frase "Viver é que não tem cura, caro amigo"
Até mais, bom Natal e excelente 2009

tulisses disse...

Milai: é verdade, porque nunca li, como afirmei. mas é a única forma que tenho de dizer de um autor que me passou ao lado e que não poderei agora conhecer - pessoalmente, pelo menos.

Carol: obrigado! e gostei muito do email que me mandaste, eu retribuo, a sério. Eu ainda não li esse livro, começo-o hoje - que bom, vamos lê-lo ao mesmo tempo!

bjs a ambas

tulisses disse...

Carol: já li o Mia Couto, entre a noite de ontem e a manhã de hoje. Gostei de algumas muitas coisas, mas não em seduziu como os anteriores... Espero que estejas a gostar!

Anónimo disse...

Estou a gostar sim, e muito. Mas vou demorar um pouco a terminá-lo pois ao mesmo tempo leio Villette e The Professor da C. Brontë e The Scartet Letter de Nathaniel Harthowe, que comprei em uma promoção da FNAC (9 reais cada, 3 euros mais ou menos)!!
Ah, esqueci de enviar-te a descrição do pacote que deixarei com o Jediel. Já envio. Bjinhos