domingo, janeiro 30, 2011

Desafio: 01

(se não fosse pelo muito trabalho que tenho, já tinha concluído este post há muito. e fica assim, sem introdução, sem reflexão, sem foto. não há tempo para tudo quando se tem tanto para fazer!)

livros:

1. Romance do Grande Gatão, Lídia Jorge, D. Quixote, 46p.*****
2. Antologia, Arnaldo Antunes, Quasi, 264p.*****
3. Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa, Rui Costa e André Sebastião, Exodus, 144p.****
4. A Catedral do Mar, Ildefonso Falcones, Bertrand, 832p.*****
5. Marina, Carlos Ruiz Zafón, Planeta, 260p.*****
6. Superfície. Toda Poesia, Maria Ângela Alvim, Assírio & Alvim, 160p.**
7. Noites Brancas, Fédor Dostoievski, Europa-América, 144p.****
8. A Caminho de Santiago, Ana Saldanha, Caminho, 92p.***
9. O Pobre de Santiago, Graça Pina de Morais, Antígona, 168p.****
10. Pessoa, Wordsong, 101 noites, 112p.****


filmes:

1. Corrida para a Montanha Mágica, Andy Fickman***
2. Anjos e Demónios, Ron Howard****
3. Adaptation, Spike Jonze****
4. O Dia em que a Terra Parou, Scott Derrickson***
5. Capote, Bennett Miller****
6. Micmacs, Jean-Pierre Jeunet*****
7. Frozen, Adam Greene***(*)
8. Run! Bitch Run!, Joseph Guzman*
9. Not Forgotten, Bror Soref*
10. Ligeia, Michael Staininger**
11. Nine Dead, Chris Shadley***
12. Sherlock Holmes, Guy Ritchie****
13. A Town Called Panic, Stéphane Aubier e Vincent Patar****
14. Vertige, Abel Ferry***(*)
15. Trick'r Treat, Michael Dougherty***
16. The Unborn, David S. Goyer***
17. The Reeds, Nick Cohen***(*)
18. Legion, Scott Charles Stewart****
19. Os Amores de Astrea e Celadon, Eric Rohmer****
20. Red Victoria, Tony Brownrigg***(*)
21. Doghouse, Jake West****
22. All the Boys Love Mandy Lane, Jonathan Levine***
23. How to Train Your Dragon, Dean DeBlois e Chris Sanders*****
24. Centurion, Neil Marshale***(*)
25. Prince of Persia: the sands of time, Mike Newell****
26. Terra Sonâmbula, Teresa Prata****
27. Clash of Titans, Louis Leterrier****(*)
28. Percy Jackson and the olimpians, Chris Columbus***(*)
29. Vantage Point, Pete Travis***(*)
30. Cairo Time, Ruda Nadda*****
31.The Road, John Hillcoat****(*)
32. 9, Shane Acker****(*)
33. Shortbus, John Cameron Mitchell***
34. Sete dias e uma vida, Stephen Herek***

outros:
mini-série Sherlock (RTP2)*****
teatro: Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente, Salomé, de Oscar Wilde****
concerto: Manuel Cruz - Foge Foge Bandido

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Originalidade e Demência

(não, não era suposto ser um trocadilho com Orgulho e Preconceito ou Sensibilidade e Bom Senso, apenas o reflexo da preparação dos testes de amanhã... medo)


«Fim de semana já não é uma palavra composta, é lexicalizada... Quero lá saber... Adoro-a na mesma» (Virgínia)


«Vou morrer para o mundo moderadamente (repare-se bem nos modificadores do grupo verbal)» (Eu)

«Apetecia-me agora um palíndromo fresquinho» (Eu)

«Já deixavas o modificador de nome restritivo em paz e percebias que é um modificador de nome apositivo» (Eu, para um aluno)

«Stôr, o modificador de frase é aquele que serve para coisar... hum... certo?» (um aluno, para mim), «Sim, N., é isso mesmo... tu lá sabes da tua vida...» (Eu, em resposta).

terça-feira, janeiro 25, 2011

O Desterrado

O Desterrado, de Soares dos Reis (pormenores)

Nada em ti se exagera ou falta
a harmonia é um círculo incompleto -
- o mar na rocha é no cabelo
e verga e afasta para a imensidão.

Os dedos são texto à margem
Com eles não escreverás com sangue nas paredes.
Nem verás teu branco corpo italiano -
- o olhar perdeu-se já no longe.

Um segredo te concedo:
perder-se é fácil.

domingo, janeiro 23, 2011

2 poemas de Maria Ângela Alvim


As papoulas são estrelas que caíram de sono.
Elas têm o segredo.



Vitória de Samotrácia


Não aqui, - além existes. Teu vôo
demais amplo na extensão dos olhos
se tão curto olhar,
em tempo de pausa acompanhamos.

Mito
anjo
graça
alma de dança
teu corpo era paixão na pedra.

... Param os passos,
espraia-se o mar
onde arrebatas as vestes do vento,
ó vortigem de ser e de estar!


Maria Ângela Alvim, Superfície. Toda Poesia, Assírio & Alvim, 2002:24, 77

sexta-feira, janeiro 14, 2011

14 de Janeiro

«14 de Janeiro», Wordsong a partir de Al Berto

porque hoje o é - e inacreditavelmente, apesar de continuar a adorar, precisamente hoje, não me identifico muito... estou contentinho hoje, tenho de fazer um esforço para mudar isso!

quinta-feira, janeiro 13, 2011

ocupar os tempos livres com genialidade

visto no Felizes Juntos, mas não resisto a pôr por cá também :)
somos ou não geniais? (nós, os gatos, entenda-se)

Manuel Cruz - Theatro Circo - Braga

Foi ontem. Momento favorito acima, «Canção da Canção Triste».
Gosto dele também aqui, «Ouvi Dizer«, ainda nos Ornatos Violeta. Tem qualquer coisa lembra Radiohead ou é só impressão minha? E a melhor música dos Da Weasel, para mim, é «Casa», também com ele, claro. Ainda assim, algo faltou - ou sobejou - ontem.



segunda-feira, janeiro 10, 2011

O deserto, Mariza



em forma de remix, já que o original não aparece aqui (a não ser ao vivo, e não gosto tanto do vocal). atenção especial à última estrofe. linda.

Deserto
Império do Sol
Tão perto
Império do Sol
Prova dos nove
Da solidão
Cega miragem
Largo clarão
Livre prisão
Sem a menor aragem
Sem a menor aragem


Que grande mar
De ondas paradas
Que grande areal
De formas veladas
Vitória do espaço
Imensidão
Ponto de fuga
Ampliação
Livre prisão
Anfitrião selvagem
Anfitrião selvagem


No deserto
Ouço o fundo da alma
E, se a areia está calma,
O bater do coração
É que tanto deserto
Tão de repente
Faz-me pensar
Que o deserto sou eu
Se não me vieres buscar

Carlos Maria Trindade

domingo, janeiro 09, 2011

Azul

imagem vista aqui


Quando sai, de manhã, ele fica a dormir. Ao fim da tarde, não é raro encontrá-lo a um canto do sofá, a cama ainda por fazer.
As janelas quase não são abertas. Há uma luz cheia de sombras, um odor saturado, uma acidez morna, de paredes que não respiram. Já não há quem a acompanhe a casa, quem a visite, quem ela convide. Pouco a pouco, até os telefonemas se fazem raros, secretos, como conspirações breves.
Com as amigas, mostrava-se de um indecoro insinuante, roçando a inconveniência. Com os amigos, tornava-se uma presença castradora, corpo de silêncio ou de insónia, subindo de debaixo do sofá ou da cama.
Por vezes, todas as estações, uma estação qualquer, ela regressa com um cheiro que ele não reconhece. Quando se despe, olha-a como se a não visse. A perseguição silenciosa dos passos, eis tudo o que acontece.
Enquanto ela se lava, toda a atenção dele se concentra no fascínio do jorro tombando, no nível da água subindo. Ele sabe: só depois ela lhe servirá o prato e lhe poderá tocar o pulso com a humidade do focinho.
(Num gato, diz-se azul a cor que em tudo o resto se diz cinzenta.)


Rute Mota, in Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa, V. N. de Gaia: Exodus, 2008:132

quarta-feira, janeiro 05, 2011

o anti-epopeias portuguesas

descobri a minha aversão à Mensagem e a Os Lusíadas. Não é estética, não é por dificuldades ou coisa que o valha, que isso resolve-se em dois tempos. É ideológica. Raios partam el-rei que nunca mais morre, perdido que está há tantos séculos. como vou ensinar eu isto, assim, se bem que goste muito de alguns poemas que por lá andam?

voltarei a este post em breve

regresso 1 (09/01)
talvez tenha a ver com o facto de ter de preparar, ler, dar, em paralelo, em conjunto. mas eu gosto disso, dos paralelos, das comparações e muito mais das intertextualidades. hum...

regresso 2 (13/01)
ai «D. Dinis», «Ulisses» e companhia. Que poemas tão bonitos e tão significativos. Mas isso não é novidade, o pior está para vir, é a terceira parte e aquele horrível penúltimo poema da segunda parte... rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr


regresso 3 (25/01)
desisto...

sábado, janeiro 01, 2011

O Amor

O amor, sem palavras. Ou. A palavra amor, sem amor. Sendo
amor, ou. A palavra ou. Sem substituir nem ser substituída por.
Si, a palavra si, sem ser de si gnada ou gnificada por. O amor. En-
tre si e o que se. Chama amor, como se. Amasse (esse pedaço de
papel escrito amor). Somasse o amor ao nome amor, onde ecoa.
O mar, onde some o mar onde soa. A palavra amor, sem palavras.

Arnaldo Antunes, Antologia, Quasi, 2006:123