quarta-feira, fevereiro 13, 2008

II. 10. A adivinha

Ao deitar-se sozinha mais uma vez, a adivinha ouviu um cão ladrar aflito passando pela sua janela. Não pôde deixar de pensar, Hoje vou morrer. Mas o sono tomou conta dela nos seus braços e embalou-a. No dia seguinte, ao acordar, a vizinha entrou-lhe pela casa adentro com a notícia de que o seu marido morrera na guerra. Ao saber que o seu amado morrera, apercebeu-se de que não se enganara no vaticínio e sorriu como os mortos podem sorrir.

4 comentários:

Milai disse...

:) grande inspiraçao noctívaga

tulisses disse...

é verdade. nem sei como tive forças de acender a luz, procurar lápis ou caneta e um papel para escrever isto mesmo antes de me abandonar nos braços e no embalo do sono. muito raramente venço. normalmente digo para mim próprio: amanhã escrevo, eu lembro-me. mas normalmente não...

Denise disse...

Gostei muito, uma vez mais!

paulo disse...

nos sonhos, morremos quando os outros nos morrem. na vida real (seja lá o que isso for), também.