quinta-feira, outubro 23, 2008

O meu outro eu (o armado em intelectual ou assim)

Convido-vos para me ouvirem falar de personagens santas e prostitutas, ao mesmo tempo ou quase. Para quem estiver interessado, é já ali, São Paulo - Brasil, na USP, no dia 31 deste mês. Apareçam ;) Espero por vocês. Se não tiverem possibilidades, podem vir ter comigo a Braga, que eu também cá estarei, a dar aulinhas e teste ao 10.º ano. Depois digam que não avisei.

Obrigado Carol por tornares isto possível!

Fica aqui um pedacinho - o início, pois claro:
«Quando se lê, incorporamos textos ou lembranças logicamente anteriores, surgindo pontes que podem ser de relações intertextuais, semelhanças temáticas, formais, de estilo ou outras. É de experiências de leitura de três textos, que se atraíram neste artigo, de que falarei, tendo como ponto de contacto a dicotomia santa/prostituta. Os santos estão em todo o lado: na piedade popular, na devoção, no culto litúrgico, nos nomes de pessoas e lugares, nas tradições, no folclore, nas lendas, nos provérbios, na Arte e, obviamente, na Literatura. Também as prostitutas vivem nas páginas de vários livros e em outras formas de expressão artística. Ou santas ou prostitutas. Mas santas e prostitutas, ao mesmo tempo, ambas as condições na mesma pessoa, já não é tão frequente, mas existem.
Proponho-me analisar três personagens fictícias que possuem características de beatitude e de prostituição em diferentes graus. São santas do corpo: prostitutas e santas, pelo menos numa primeira leitura. São elas: D. Maria da Piedade, personagem principal do conto «No Moinho» de Eça de Queiroz; Santa Eponina, a personagem capital de um conto homónimo de Raul Brandão, incluído em A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore; e Santa Melânia, a protagonista de A Pécora, de Natália Correia.»

7 comentários:

Milai disse...

Isto é para lê com sotaque brasuca. Tiago Aires não podendo comparecê vamos lê para você esta peça de genialidade: "..."

Anónimo disse...

Só para ressaltar: não existe um sotaque "brasuca" e sim uma vasta gama de variedades regionais diastráticas e diatópicas de acôrdo com a localização e grupo social/etário do falante. Classifico meu acento como paulistano e, diga-se de passagem, sendo professora universitária de português, inglês e espanhol, sei perfeitamente pronunciar /r/ e todas as vogais, abertas e fechadas.

Por nada Tiago, meu sincero agradecimento, será uma honra ler teu texto. De verdade. Carol

tulisses disse...

Carol, minha amiga, não leves a mal. A Milai é uma brincalhona, e pode brincar porque precisamente esta é a sua área de eleição: a linguística (e dentro dela também as questões fonéticas e fonológicas e variação). Acho que só podemos brincar com as coisas quando as percebemos bem e sabemos que os outros não. E tenho de agradecer mesmo, porque se não fosses tu o artigo ia continuar encafuado na gaveta até melhores dias...

Milai, «peça de genialidade» será um exagero, mas esta «peça» já meu deu 150 euros em livros na fnac... escolhidos por mim! quem me dera outro(s) tanto(s).

bjs a ambas

gimane disse...

Só fama...:op repleta de mto trabalho. Bem dizia o outro: 99% de suor *

tulisses disse...

a quem o dizes, minha amiga... isto agora é que custa... quero voltar a ser desempregado! ou talvez não, que isto do dinheirinho até dá um certo prazer ;)

bjs

SP disse...

O teu blogue é tão...
e eu gosto muito de passar por aqui.

Um abraço... peludo!!!

tulisses disse...

hum... pois sim... e o uso as reticências pode ter fins como de hesitação, registos inacabados, interrupções, deixar algo no ar sem dizer o quê... Enfim, obrigado pela visita!

abraço