segunda-feira, dezembro 19, 2011

Poema de Natal 2011


Puer Natus Est Nobis


Dos contos de fadas da
minha infância, este da Divina
Criança era dos mais extraordinários. Não
faltaram os exóticos magos guiados
pela mística estrela, a noite gelada, os
mansos animais, o desvalido ermo, a pobreza
transformada em glória. O bem
sucedido parto de uma virgem, tantos séculos
antes das pesquisas genéticas. O pior
foi quando quiseram contar o Tempo
a partir desta história. Podiam ter escolhido
outra, com um fim menos cruel. Antes
a da Cinderela ou a do Princípe Sapo, onde
todos viveram delizes para sempre. Sempre?
E o que é?


Sempre?

Inês Lourenço, in: Natal... Natais. Oito Séculos de Poesia sobre o Natal. Antologia de Vasco Graça Moura, Público, 2005:339.

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