antes de ir para o mestrado de lisboa, quero postar um poema de Pessoa (sim, eu leio Pessoa...), não por motivo nenhum em especial, mas é uma espécie de fechamento de um ciclo, ou dois. depois disto quem sabe o que aí vem e em que passagens nos vamos encontrar... por isso:
Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longínquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.
Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
Fernando Pessoa, 21-11-1909
1 comentário:
Adeus...volta depressa por favor...:(
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