Novembro, 13.
É lamentável como me erro continuamente. Em mim e entre os mais.
Eu fiquei sempre, nunca fui – mesmo quando me perdi.
Às vezes ainda me decido a partir. E parto. Mas nunca venço seguir. Se não é por culpa minha – é por culpa dos outros, que me acenaram.
É que eles, se me acenaram, foi por julgarem que eu nunca os seguiria – foi para sofrerem. E como afinal parti atrás dos seus gestos, desencantaram-se de mim, fugiram escarnecendo-me. Tombei-lhes.
Só me é permitido ser feliz, não o sendo.
É inacreditável!
Quase todos se contentam consigo próprios – bastam-se. E vivem, e progridem. Fundam lares. Há quem os beije.
Que náusea! Que náusea! Não se ter ao menos o génio de se querer ter génio!... Miseráveis!
Eu fiquei sempre, nunca fui – mesmo quando me perdi.
Às vezes ainda me decido a partir. E parto. Mas nunca venço seguir. Se não é por culpa minha – é por culpa dos outros, que me acenaram.
É que eles, se me acenaram, foi por julgarem que eu nunca os seguiria – foi para sofrerem. E como afinal parti atrás dos seus gestos, desencantaram-se de mim, fugiram escarnecendo-me. Tombei-lhes.
Só me é permitido ser feliz, não o sendo.
É inacreditável!
Quase todos se contentam consigo próprios – bastam-se. E vivem, e progridem. Fundam lares. Há quem os beije.
Que náusea! Que náusea! Não se ter ao menos o génio de se querer ter génio!... Miseráveis!
Mário de Sá-Carneiro, Céu em Fogo, p.129-30.
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