Em conversa com uma amiga brasileira, especialista em literatura, comentámos a distinção de 2008 a João Ubaldo Ribeiro. Ela pensava noutros, eu não pensava neste, dentro da literatura brasileira. Mas estava convencido que seria do Brasil, este ano, o escolhido. Ela sugeriu Ariano Suassuna, eu Manoel de Barros. Da literatura portuguesa não avançámos ninguém. Das africanas eu afirmei o valor de Germano Almeida (Cabo Verde), Mia Couto (Moçambique), Manuel Rui (Angola) e Ruy Duarte de Carvalho (Angola). Outras coisas aqui.
O autor está publicado em Portugal. O Sorriso do Lagarto na Caminho, e muitos outros na D. Quixote, como Miséria e Grandeza do Amor de Benedita e o polémico A Casa dos Budas Ditosos, na D. Quixote. Escrito em 1998, por encomenda da Editora Objectiva para uma série de livros sobre os sete pecados capitais, A Casa dos Budas Ditosos trata do pecado da luxúria. Tempo para o descobrir...
"E as pessoas lêem romances, biografias, confissões e memórias porque querem saber se as outras pessoas são como elas. Não somente por isso, mas muito por isso. Querem saber se aquilo de vergonhoso que sentem é também sentido por outros, querem olhar mesmo pelo buraco da fechadura e, quanto mais olham, mais precisam olhar, nunca estarão saciadas. Faz bem, é reconfortante. Porque eu tenho a convicção que a maior parte das mulheres e homens é como eu e pensa que não, cada um pensa que é único em suas maluquices. Não é, não, somos todos iguais. Vai ter muita gente que vai ler isso e vai discordar e de novo estou com preguiça de argumentar. Largue este texto, então, não perca seu tempo. Não largou? Não largou, claro, chegou até aqui."
A Casa dos Budas Ditosos, Publicações D. Quixote, p.132
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