sexta-feira, julho 02, 2010

Mimarte 2010


Começa logo, no Rossio da Sé.
Fica aqui o programa deste ano, que promete ser tão interessante como foi bom o ano anterior :)

2/06. O Coche do St. Sacramento, de Prosper Merimée, pelo Teatro da Rainha (Caldas da Rainha) - no Theatro Circo, por causa da instabilidade do tempo, foi bom, mas enfim. Texto romântico com episódios burlescos que não faz bem o meu género. Cómico, hum... Mas bem feito, parece-me. ***

3/06. O Escurial, de Michael de Ghelderode, pelo Teatro Art'Imagem (Porto) - peça minimalista, psicológica, estranha, teatro para pensar no teatro, bom. ***(*)

4/06. Números Falam Por Si, de Pedro Quintas, pelo PIFH (Braga) - comédia sobre a história do dinheiro, desde a pré-história aos tempos mais recentes. Com pormenores interessantes de cenário, texto, movimentações cénicas - a ovelhinha foi do agrado geral, eu destaco o centurião romano que falava Italiano, grupo musical interessante, e tal. **(*)

5/06. As Guerras do Alecrim e da Mangerona, de António José da Costa, pelo Teatro Ao Largo (Vila Nova de Mil Fontes) - o texto é muito bom e foi melhorado com algumas referências actuais que caíram bem. Gostei, sem demasiada palhaçada - um pouco no início - melhor do que a peça apresentada ano passado. ***
6/06. O 1.º Milagre do Menino Jesus, de Dario Fo, pela Casa da Comédia (Lisboa) - se inicialmente o texto é estranho, com o retrato dos papas, o segundo momento, uma versão alternativa do nascimento e infância de Jesus, é genial. Comédia da boa, com apenas um actor (Filipe Crawford) em palco e sem cenário, assim mesmo, só texto e actor. Nota máxima, e o melhor deste ano, para já, do festival.****(*)

7/06. Cirinéu - Uma Morte Anunciada, de Fernando Palouro Neves, pelo Teatro das Beiras (Covilhã) - uma peça curta, sobre a liberdade e a justiça, sobre a revolta dos subjugados. Apesar de alguns momentos musicais um pouco estranhos, a narrativa é boa, os actores foram muito bons e as opções artísticas valorizaram inegavelmente o espectáculo - o que se pode fazer com um andaime e umas escaditas...****(*)

8/06. Vicent, Van e Gogh, de Noelia Dominguez, Ángel Fragua e Sérgio Agostinho, pelo Peripécia Teatro (Vila Real) - já conhecidos do ano passado, dos melhores no ano passado, a fasquia estava alta. paciência, pois foram novamente geniais! Em Setembro estarão em Vila Real (de onde são, e espero voltar a ver). Uma história sobre o pintor, sua vida, amigos, família, obra. O início é um delirante diálogo entre três girassóis de um dos seus quadros em leilão - e daí se segue tudo, em crescente humor, com alguns momentos para o drama. Actores extraordinários, excelentes soluções cénicas e improvisos brilhantes (devido ao vento que quase destruiu o cenário...) Uma vez mais, genial.*****

9/06. As Obras Completas de William Shakespeare (em 97 minutos), de Adam Long, Daniel Singer e Jesse Borgeson, pela Companhia Teatral do Chiado (Lisboa) - não vi, a única peça a pagar, no Theatro Circo, mas já não havia bilhetes.

10/06. Electra, de Sófocles, pela Calatalifa (Villaviciosa Odón, Espanha) - a colaboração do FESTEA com o Mimarte começou este ano com uma tragédia grega. Gostei, mas por vezes a Electra, hum... enfim. E depois, em castelhano, já se sabe... O bom é que o FESTEA oferece edições das suas peças, em Português, o que ajuda ;), História de solidão, dor, de honra e vingança, em continuação dos sucessos pós-Tróia.****

11/06. O Fulaninho de Cartago, de Plauto, pelo Thíasos (Universidade de Coimbra) - comédia latina, a fechar a tal colaboração e o Mimarte, também. Ambas as peças no Museu D. Diogo de Sousa, não sei bem porquê, uma vez que houve problemas com as luzes nos dois espectáculos, e fica mais longe... Comédia à Plauto, com alguns equívocos, mas sobretudo com muitas coincidências totalmente inverosímeis, com boas prestações (mas enfim, o principal atropelava-se um pouco).***(*)


E venham mais para o ano :) A começar mais a horas, já agora... É melhor escrever uma carta à CMB, com algumas sugestões...

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