terça-feira, junho 07, 2005

dispersão

esta dispersão em tudo o que vejo
os búzios musicais
as flores, os frutos vermelhos e frescos
na mesa
a fala de Penélope ecoando ainda pela casa.

e um sentimento tão grande de vazio
como um morango para uma formiga.
e uma falta de mim
que ando perdido nas coisas
e ainda não regressei
porque talvez não queira regressar.

à noite, quando na casa se ouvem respirar os livros
é Palamedes quem me fala da vida.

mas o sentimento de vazio tão grande
como o de uma ausência do mais essencial
continua nesta parte de mim.
e não regresso
porque nas coisas de que gosto
me realizo melhor

de forma mais eterna.

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